Reunião de gestores e empresários discutindo projetos de reciclagem em sala moderna com gráficos e plantas de sustentabilidade na mesa

Durante minha trajetória acompanhando a mobilização por soluções ambientais no Brasil, percebi que a Lei de Incentivo à Reciclagem (LIR) se tornou uma das apostas mais consistentes para reverter o cenário atual dos resíduos e fortalecer a economia circular. A captação de investimento para a LIR, sobretudo por meio do direcionamento tributário de empresas, cria uma conexão direta entre sustentabilidade, desenvolvimento social e responsabilidade corporativa. Compartilho aqui um olhar detalhado e prático sobre como se estrutura esse fluxo de recursos, quais caminhos seguir e os cuidados necessários para garantir transparência, impacto e compliance.

Como funciona a captação para projetos aprovados na LIR?

Sempre que explico o mecanismo para amigos ou conhecidos do setor, aponto que o fluxo é simples no papel, mas exige atenção aos detalhes legais. Conforme a Lei 14.260/2021, empresas tributadas pelo Lucro Real podem destinar até 1% do seu IRPJ devido diretamente a projetos de reciclagem aprovados previamente pelo Ministério do Meio Ambiente.

  • O valor é dedutível; ou seja, não há custo extra para a empresa.
  • Somente projetos habilitados podem receber o aporte.
  • A operação deve ser registrada e seguir as normas técnicas e fiscais do programa.

Neste contexto, iniciativas como a Conecta LIR têm facilitado esse encontro, criando uma ponte segura entre empresas que desejam investir e projetos que necessitam captar recursos.

Que tipos de projetos podem captar pela lei?

Recebo muitos questionamentos sobre quais projetos encaixam nesse perfil. A LIR é focada em iniciativas que atuam sobre três grandes frentes:

  • Reciclagem e reaproveitamento de resíduos sólidos urbanos, industriais ou agrícolas.
  • Inovação, pesquisa e desenvolvimento voltados à economia circular e tecnologia ambiental.
  • Capacitação de cooperativas, associações e pequenas empresas dentro da cadeia recicladora.

Não são raros casos de cooperativas que, por meio da LIR, conseguiram expandir a coleta seletiva, investir em triagem mecanizada e multiplicaram a geração de renda na comunidade. Um bom exemplo é o projeto de manejo de plásticos: só em 2024, o setor brasileiro atingiu crescimento de 5,8% e gerou mais de 20 mil empregos, segundo dados recentes sobre o aumento da reciclagem de plásticos em 2024.

Cooperativa de reciclagem com funcionários separados por pilhas de materiais

Quais são os requisitos para inscrever projetos?

Na minha experiência, preparar e aprovar um projeto requer mais que boa intenção. É preciso observar regras objetivas, como:

  • Apresentar proposta detalhando impacto ambiental, social e modelo de aplicação dos recursos.
  • Garantir transparência na prestação de contas, com relatórios periódicos e indicadores de impacto.
  • Cumprir toda a legislação vigente, especialmente aspectos trabalhistas e ambientais.
  • Manter regularidade fiscal e cadastral perante órgãos públicos.

O próprio site do incentivo fiscal orienta sobre esses aspectos, reforçando que projetos com documentação sólida e planejamento realista têm mais chance de aprovação.

Transparência não é detalhe, é o que mantém o fluxo de investimentos ativo e confiável.

O passo a passo da captação de recursos

Poucas coisas são tão motivadoras quanto ver um projeto sair do papel. Para isso, costumo orientar um roteiro claro:

  1. Estruturar projeto: Defina objetivos, metas, indicadores e prazos.
  2. Inscrição no Ministério: Organize toda a documentação e protocole o projeto.
  3. Habilitação técnica: Aguarde análise do órgão, responda exigências e ajuste detalhes.
  4. Captação ativa: Após aprovação, inicie a busca por empresas interessadas em financiar.
  5. Gestão dos recursos: Crie um rigoroso controle financeiro para garantir integridade e rastreabilidade.

Vejo que gestores atentos a cada etapa aumentam não só as chances de sucesso financeiro, mas também de causar transformação social e ambiental real.

Como conectar empresas e projetos?

O Brasil ainda recicla apenas cerca de 4% de todo o lixo produzido, segundo análise da cobertura da baixa reciclagem nacional. O que me chama a atenção é que muitas empresas gostariam de fazer parte dessa solução, mas não sabem para onde direcionar seus tributos.

Ferramentas inteligentes, como a plataforma da Conecta LIR, surgiram para conectar pontas: de um lado, pessoas e organizações com projetos inovadores e impacto comprovado; do outro, empresas buscando alinhar estratégia fiscal e agenda ESG. Esse casamento traz vantagens muito claras: retorno indireto de imagem, acesso a relatórios precisos e segurança jurídica.

Na prática, basta que o projeto aprovado entre em contato com potenciais patrocinadores, divulgue casos reais de impacto e mostre transparência na aplicação dos recursos – somente assim o ciclo de confiança cresce.

Impactos econômicos, sociais e ambientais observados

Olhando para os dados do setor, vejo que a captação de investimento atinge várias camadas da sociedade:

  • Geração de empregos diretos e indiretos em cooperativas e usinas de reciclagem.
  • Redução do envio de resíduos para lixões, hoje ainda presentes em cerca de 3 mil pontos do país (reciclagem e sustentabilidade no Brasil).
  • Fomento à economia circular, diminuindo importação de resíduos (Brasil importou mais de 100 mil toneladas só no primeiro semestre de 2024).
  • Impacto positivo em indicadores de saúde urbana e limpeza ambiental.

No campo social, conheci projetos que multiplicaram a renda de famílias antes excluídas economicamente, promovendo mais dignidade e inclusão.

Para ampliar o debate, a categoria de economia circular aprofunda exemplos de cadeias produtivas e inovação fomentados via incentivo.

Gráfico mostrando crescimento econômico e empregos gerados em reciclagem

Como elaborar relatórios e fazer a gestão dos recursos captados?

Algumas dúvidas recorrentes giram em torno de prestação de contas e compliance. Eu já vi projetos promissores perderem credibilidade por falhas nesse quesito.

É fundamental:

  • Registrar detalhadamente toda movimentação financeira, desde o repasse até os pagamentos.
  • Medir e relatar indicadores como volume de resíduos processados, toneladas reaproveitadas, número de empregos criados e impacto social local.
  • Publicar relatórios acessíveis, preferencialmente utilizando ferramentas digitais para facilitar o acompanhamento.
  • Cuidar de todos os aspectos de compliance, conforme orientações no guia prático de compliance e atualizar-se com as normas mais recentes para reduzir riscos de autuações.
Transparência e regularidade são o passaporte para novas rodadas de captação.

Conclusão

Na minha opinião, investir em projetos alinhados à LIR tornou-se muito mais do que uma medida fiscal. É uma oportunidade de promover impacto ambiental, inclusão social e fortalecer a reputação das empresas perante a sociedade. O Brasil ainda tem muito a avançar – estamos longe de reciclar uma parcela significativa do lixo gerado, como discussões sobre reciclagem deixam claro. No entanto, a cada novo projeto aprovado, vejo que estamos nos aproximando de cidades mais limpas, cooperativas mais estruturadas e uma indústria nacional menos dependente da importação de resíduos.

Se você tem um projeto ou lidera uma empresa interessada nesse universo, conheça a Conecta LIR e veja como seu imposto pode ser transformado em impacto.

Perguntas frequentes sobre captação de investimento para a LIR

O que é captação de investimento para reciclagem?

Captação de investimento para reciclagem é o processo de buscar recursos financeiros, muitas vezes via incentivos fiscais, para desenvolver projetos voltados à destinação correta e reaproveitamento de resíduos. No âmbito da LIR, empresas podem direcionar parte do IRPJ diretamente a projetos aprovados, reduzindo o descarte inadequado e incentivando práticas sustentáveis.

Como captar recursos para projetos na LIR?

Primeiro, é necessário sanar todos os critérios técnicos, regularidade fiscal e estruturar um projeto detalhado. Ele deve ser inscrito no Ministério do Meio Ambiente, analisado e aprovado segundo a lei. Depois, inicia-se o contato com empresas tributadas pelo Lucro Real, mostrando os benefícios do repasse via incentivo fiscal. Portais especializados, como os disponíveis em conteúdos sobre investimento social, podem auxiliar nesse diálogo.

Vale a pena investir em projetos da Lei de Reciclagem?

Em minha avaliação, vale muito. Além do retorno social e ambiental, a empresa ganha em reputação, se aproxima de políticas ESG e aproveita um incentivo fiscal que não possui custo extra no IRPJ devido. Ou seja, o valor que já seria pago ao governo passa a financiar iniciativas relevantes, transformando obrigações em oportunidades.

Quais são as melhores formas de captar investimento?

Elaborar um projeto coerente, comprovar impacto positivo (social, econômico e ambiental) e manter transparência na prestação de contas são as melhores portas de entrada. Além disso, ferramentas online e aproximação direta com empresas são boas estratégias. Apresentações objetivas e relatórios claros costumam ser bem recebidos pelo setor privado.

Onde encontrar investidores para projetos na LIR?

Empresas tributadas pelo Lucro Real são o principal público. Recomendo pesquisar setores com forte atuação em sustentabilidade ou responsabilidade social, participar de eventos e usar plataformas digitais como a Conecta LIR para facilitar esse contato. Redes de apoio e associações do setor ambiental também podem indicar potenciais patrocinadores.

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Alexandre

SOBRE O AUTOR

Alexandre

Alexandre Furlan Braz é apaixonado pelo desenvolvimento sustentável e pelo potencial das leis de incentivo para transformar a sociedade. Atua como redator e web designer, mantendo-se atualizado com as tendências de reciclagem, economia circular e responsabilidade social corporativa. Seu interesse está em conectar empresas a projetos de impacto, promovendo soluções inovadoras alinhadas a metas ambientais, sociais e de governança.

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