Equipe operando equipamentos modernos de reciclagem em centro de triagem com materiais recicláveis organizados e ambiente limpo e iluminado

Em todos os anos da minha trajetória profissional, poucas iniciativas cresceram tanto em impacto socioambiental quanto as políticas de incentivo tributário no Brasil, e hoje quero compartilhar minha experiência pessoal analisando os 7 melhores projetos da LIR na reciclagem e economia circular. Acredito que a Lei de Incentivo à Reciclagem (Lei 14.260/2021), carinhosamente chamada de LIR, foi um divisor de águas ao promover a sustentabilidade, unindo empresas, cooperativas e sociedade civil para transformar resíduos em impacto positivo real.

Introdução: o propósito transformador da LIR

Desde que comecei a acompanhar a evolução das leis de incentivo, percebo que a LIR tem pilares muito claros: fomentar práticas responsáveis para resíduos sólidos, estimular a economia circular, gerar empregos e dar suporte a projetos de reciclagem com respaldo legal. O modelo permite que empresas tributadas pelo Lucro Real destinem até 1% do IRPJ a projetos aprovados pelo Ministério do Meio Ambiente, com dedução integral, segurança jurídica e retorno em reputação ESG.

Hoje, com milhares de projetos submetidos por todas as regiões do país, como comprova a reportagem da EBC, a LIR tornou-se referência para múltiplos setores.

Imagine convergir inovação ambiental, impacto social e responsabilidade fiscal em um único movimento. A LIR faz isso possível.

Entendendo como funcionam os projetos elegíveis pela LIR

Quando faço consultorias sobre a LIR, costumo reforçar a importância de entender o que de fato caracteriza um projeto apto: ele precisa ser aprovado em conformidade com critérios técnicos, legais e de mensuração de impacto, estar em sintonia com as diretrizes do Ministério do Meio Ambiente, ter escopo claro e incluir mecanismos de transparência, apresentando resultados consistentes em reaproveitamento de resíduos, inovação social e benefícios claros à coletividade.

Como foram selecionados os projetos relevantes

Para formar esta lista dos projetos mais emblemáticos – e trazer informações realmente úteis – avaliei:

  • Tipo e escala dos resíduos reaproveitados e reciclados
  • Tecnologia e infraestrutura aplicada
  • Participação de cooperativas e inclusão social
  • Impacto ambiental medido (redução, reuso, reciclagem)
  • Governança, mensuração, divulgação de resultados
  • Capilaridade regional e replicabilidade da solução
  • Benefícios fiscais alcançados e clareza nos relatórios

Essas características se destacam nas propostas aprovadas, como pode ser conferido de maneira transparente no portal SINIR+.

7 casos de sucesso na reciclagem e economia circular via LIR

1. Reciclagem de plásticos pós-consumo em polos urbanos

Ao analisar propostas que trabalham resíduos plásticos urbanos, percebo o quanto a inovação tecnológica faz diferença. Um projeto que sempre chamo atenção focou em redesenhar a cadeia do plástico: instalou pequenas estações modulares robotizadas nos bairros, conectando operadores de coleta seletiva, cooperativas de catadores e empresas de logística reversa. O impacto? O aumento significativo do volume reciclado, com plásticos transformados em matéria-prima para novas embalagens e produtos da construção civil.

A participação das cooperativas foi fundamental, inclusive com treinamento técnico e inclusão digital para catadores, ampliando renda e cidadania. Além disso, o projeto atraiu empresas interessadas, pois toda captação e prestação de contas foi facilitada pela plataforma Transferegov, como destacou o governo.

Plásticos tratados se tornam solução, não mais problema.

Estação modular de reciclagem de plástico e cooperados trabalhando

2. Reciclagem e reaproveitamento de resíduos têxteis

Muitas cidades enfrentam sérios desafios com resíduos de vestuário e tecidos industriais. Um dos projetos que acompanhei de perto aproveitou todo acervo de resíduos descartados pela indústria da moda, coletando e separando por tipo de fibra. Foi criado um sistema híbrido: parte do material virou novo fio têxtil, outra parte foi usada para fabricação de mantas térmicas, isolamento acústico e até enchimentos automotivos.

O projeto acelerou a renda de cooperativas de mulheres, estimulou parcerias com ONGs de assistência social e ainda possibilitou economia de água e energia, já que a reutilização evitou processos tradicionais de produção de fibra virgem. A mensagem? Integrar resíduos têxteis é mais fácil do que parece quando se tem incentivos alinhados.

Desperdício têxtil pode ser o primeiro passo para moda circular.

3. Hub regional para reciclagem de eletrônicos

Para mim, muitos dos resíduos mais perigosos e menos absorvidos pela cadeia de reciclagem são os eletrônicos. Um projeto que recentemente virou referência nacional criou um Hub regional de reaproveitamento de aparelhos eletroeletrônicos: computadores, celulares e acessórios diversos. O interessante é que este projeto inseriu cursos de capacitação técnica para jovens em situação de vulnerabilidade, promovendo inclusão social e gerando mão de obra especializada em desmontagem e triagem segura.

Paralelamente, firmou acordos com grandes empresas para obtenção de resíduos pós-consumo, seguiu rigorosos protocolos ambientais e facilitou a reinserção dos componentes em novas linhas de produção, tanto no Brasil quanto para exportação.

Transformar lixo eletrônico em oportunidades é pensar no amanhã.
Centro de reciclagem de eletrônicos com profissionais desmontando equipamentos

4. Ecopontos e logística reversa de vidro urbano

Toda cidade grande enfrenta aquele dilema clássico: o vidro na cadeia de resíduos. Fiquei impressionado ao ver um projeto que implantou ecopontos cobertos em áreas centrais e periféricas, incentivando o descarte voluntário de embalagens de vidro. Com apoio financeiro via LIR, além de cobertura nos custos de transporte, foi implementado um sistema de logística reversa para as indústrias usuárias desse insumo reciclado.

Além do benefício ambiental perceptível, parte do vidro coletado foi refinada e voltou ao mercado na forma de embalagens premium, com certificação de rastreabilidade total. Dessa forma, o projeto estimulou parcerias intersetoriais, conectando desde pequenos bares até multinacionais que utilizam vidro reciclado em seus processos produtivos.

Descarte correto e retorno industrial: o vidro fecha ciclos como poucos materiais.

5. Valorização de resíduos orgânicos para bioenergia

Entre todos os projetos que conheci até agora, poucos me surpreenderam tanto quanto aqueles que transformam resíduos orgânicos – restos de alimentos, podas, resíduos agroindustriais – em fontes de energia limpa. Um deles instalou biodigestores na zona rural e urbana, em parceria com prefeituras e pequenos agricultores. O processo de compostagem e biodigestão gerou biogás e biofertilizante, substituindo combustíveis fósseis na geração de energia local e promovendo a agricultura urbana.

Esse projeto se destacou porque mediu o impacto diretamente na comunidade, promovendo eventos de educação ambiental, estimulando pequenos circuitos de hortas urbanas e combatendo o desperdício alimentar. Com o uso de relatórios de prestação de contas detalhados, o resultado ficou transparente para investidores e sociedade.

O resíduo alimentar de hoje é a energia renovável de amanhã.

6. Reciclagem de resíduos multimatéria em cooperativas integradas

Recentemente, uma proposta aprovada pela LIR chamou minha atenção pelo desafio: tratar resíduos misturados, papel, metal, plástico, vidro, coletados nas grandes cidades. O diferencial foi criar um conglomerado de cooperativas integradas usando tecnologia de separação por sensores ópticos e automação, elevando o índice de pureza e aproveitamento dos materiais. As equipes de triagem receberam treinamento e bonificação por produtividade, o que viabilizou melhorias na renda dos catadores.

O projeto gerou relatórios robustos, visados por empresas parceiras que precisavam comunicar metas ESG, além de gerar benefícios fiscais diretos. Sem dúvida, tratar resíduos misturados é a “fronteira final” da economia circular urbana.

Integrar cooperativas e tecnologia: esse é o salto de qualidade da reciclagem.
Linha de separação de recicláveis operada por cooperativa com sensores óticos

7. Inovação em economia circular: design de produtos reciclados

Seguindo para o universo do design circular, destaquei um projeto que atua no segmento de desenvolvimento de produtos feitos 100% de reciclados, conectando designers brasileiros e startups de tecnologia a fabricantes locais. Eles criaram mobiliário urbano, utilidades domésticas e artigos de decoração exclusivos, partindo de resíduos urbanos, sempre com rastreabilidade, incorporando QR Codes nos produtos para informar ao consumidor sobre a origem dos materiais.

Os resultados mostram aumento na valorização dos resíduos e visibilidade para cooperativas, além de fortalecer a comunicação social e ambiental das empresas investidoras.

Design circular conecta inovação, história e responsabilidade.
Produtos inovadores feitos de resíduos reciclados expostos em estande moderno

Como identificar, apoiar e reportar investimentos em projetos da LIR

Na minha experiência, empresas às vezes se sentem perdidas ao buscar projetos certificáveis e de confiança. As plataformas relacionadas à LIR, como a própria Conecta LIR, surgem exatamente para promover esse elo: reúnem projetos já aprovados no Ministério do Meio Ambiente, facilitando filtros por perfil, região e área de atuação. O Ministério, inclusive, já analisou cerca de 400 propostas iniciais com objetivo claro de fortalecer cadeias produtivas pequenas e inovadoras, como relata o próprio MMA.

Os relatórios emitidos, detalhados e auditáveis, são fundamentais para que as empresas demonstrem o retorno ESG aos stakeholders e para a sociedade, mantendo a conformidade legal e fiscal. Eu sempre recomendo consultar portais específicos sobre reciclagem, economia circular e sustentabilidade para acompanhar as tendências e novidades no setor.

A segurança fiscal é garantida porque a destinação segue regras explícitas, limitada a até 1% do IRPJ devido e sempre atrelada ao projeto aprovado, além de estar visível no sistema público nacional, como no SINIR+. Para entrar, apoiar ou investir, o caminho obrigatório passa pelos canais oficiais.

O papel da curadoria ESG e do impacto mensurável

Projetos aprovados via LIR não focam apenas em reciclar resíduos, mas em entregar impacto social, ambiental e econômico rastreável em relatórios plenamente auditáveis. Essa cultura de transparência torna o ambiente mais seguro para as empresas e eleva as chances de repetição e escala dos projetos.

No dia a dia, sei como é complexo mensurar e comunicar resultados. É exatamente aí que plataformas como a Conecta LIR prestam serviço diferenciado, profissionalizando a curadoria, otimizando o match entre investidores e projetos, e oferecendo comunicação estruturada sobre impacto, sempre alinhada às melhores práticas ESG globais.

Ao buscar exemplos, gosto de navegar por iniciativas em investimento social para ver, na prática, as conexões que são promovidas entre empresas, ONGs e cooperativas.

Comparando abordagens e desafios dos projetos LIR

Destaco algumas diferenças que observei nesses projetos:

  • Os projetos de logística reversa e ecopontos costumam ser mais escaláveis e envolver grandes volumes, mas também exigem maior gestão de transporte e comunicação.
  • Os hubs de eletrônicos e recicláveis misturados trabalham muito a cadeia de capacitação técnica e precisam inovar para garantir reaproveitamento seguro de materiais potencialmente tóxicos.
  • Projetos de design circular e bioenergia inovam no modelo de negócio, agregando valor pela diferenciação do produto e pelo benefício ambiental explícito.

Em todos os casos, o papel da governança é indispensável, seja para garantir conformidade com as regras do Ministério do Meio Ambiente, seja para assegurar engajamento de empresas dispostas a investir.

Requisitos técnicos e legais dos projetos LIR

Se você pretende propor, apoiar ou fomentar novos projetos de reciclagem e economia circular por meio da LIR, estes são os pontos mínimos para conformidade:

  • Elaboração detalhada do escopo técnico, com metas e laudos técnicos
  • Inclusão de mecanismos de mensuração de impacto ambiental/social
  • Cadastro e aprovação prévia pelo Ministério do Meio Ambiente, atendendo ao edital vigente
  • Gestão financeira auditável e prestação de contas periódica
  • Capacidade de integração com cooperativas e promoção de inclusão produtiva
  • Comunicação clara dos resultados, preferencialmente integrando relatórios de impacto para empresas investidoras

Essa governança garante que empresas continuem seguras ao realizar a dedução fiscal do IRPJ e usufruam dos benefícios de reputação e comunicação junto aos stakeholders.

Conclusão

Por fim, acredito que os projetos de reciclagem e economia circular viabilizados pela LIR representam um salto real em responsabilidade social, inovação e gestão sustentável de resíduos no Brasil. Empresas e sociedade têm à disposição ferramentas práticas e seguras para transformar tributos em impacto positivo concreto. Plataformas como a Conecta LIR aproximam investidores e iniciativas certificadas, prestando um papel fundamental na curadoria, matchmaking e transparência de resultados. Para conhecer mais, conectar sua empresa aos melhores projetos, ou entender como propor uma iniciativa, visite agora mesmo nossa solução e converse com especialistas.

Perguntas frequentes sobre projetos da LIR na reciclagem

O que são projetos da LIR na reciclagem?

Projetos da LIR na reciclagem são iniciativas aprovadas pelo Ministério do Meio Ambiente que objetivam promover a reciclagem, reaproveitamento de resíduos, economia circular e geração de benefícios sociais e ambientais. Eles usam recursos de empresas tributadas pelo Lucro Real, que podem destinar parte do IRPJ para apoio financeiro ao projeto, tudo dedutível e com prestação de contas pública.

Quais são os melhores projetos da LIR?

Os projetos de destaque normalmente são aqueles com maior impacto mensurado na redução, reciclagem e reuso de resíduos, combinando inovação tecnológica, inclusão de cooperativas, governança e resultados transparentes. Exemplos incluem hubs de reciclagem de plásticos, eletrônicos, têxteis, ecopontos de vidro, plantas de bioenergia e design circular, como abordei ao longo deste artigo.

Onde encontrar exemplos de projetos LIR?

Os principais exemplos estão disponíveis em bases oficiais, como o SINIR+, onde podem ser consultadas propostas aprovadas para captação, detalhando objetivos, impactos e regiões atendidas. Além disso, plataformas como a própria Conecta LIR e portais setoriais trazem novidades e histórias inspiradoras sobre iniciativas concretas.

Como participar de projetos de economia circular da LIR?

Para participar como empresa investidora, o processo começa pela identificação de um projeto já aprovado e habilitado. Feito isso, basta seguir os trâmites fiscais para destinação do IRPJ dentro do percentual permitido. Já quem deseja submeter um projeto precisa atender às exigências técnicas e legais do Ministério do Meio Ambiente, ser transparente nos resultados e estar atento às regras de prestação de contas. O canal Transferegov auxilia toda essa operacionalização.

Vale a pena investir em projetos da LIR?

Sim: além de não gerar custo adicional, por se tratar de dedução fiscal —, o investimento viabiliza benefícios sociais, ambientais e fortalecimento da marca no pilar ESG. Empresas passam a comunicar seus impactos de maneira estruturada, a sociedade se beneficia com empregos e inovação, e o setor de reciclagem avança com mais tecnologia e governança.

Compartilhe este artigo

Quer gerar impacto alinhando tributos e sustentabilidade?

Descubra como sua empresa pode investir em projetos de reciclagem via Lei de Incentivo à Reciclagem. Saiba mais!

Saiba mais
Alexandre

SOBRE O AUTOR

Alexandre

Alexandre Furlan Braz é apaixonado pelo desenvolvimento sustentável e pelo potencial das leis de incentivo para transformar a sociedade. Atua como redator e web designer, mantendo-se atualizado com as tendências de reciclagem, economia circular e responsabilidade social corporativa. Seu interesse está em conectar empresas a projetos de impacto, promovendo soluções inovadoras alinhadas a metas ambientais, sociais e de governança.

Posts Recomendados